O Caso ‘Mascavo’ de Mari Saad: Um Debate sobre Inclusão no Mercado de Beleza

O lançamento da marca de maquiagem ‘Mascavo’, da influenciadora Mari Saad, gerou uma onda de críticas e debates nas redes sociais. A principal polêmica esteve concentrada na falta de diversidade na paleta de cores, com a ausência de opções para peles pretas e pardas, um ponto crucial que evidenciou a necessidade urgente de uma indústria da beleza mais inclusiva.

A indústria da beleza sob escrutínio

O caso Mascavo não é um evento isolado, mas sim um reflexo de um problema sistêmico e histórico na indústria da beleza. Por muito tempo, os padrões de beleza eurocêntricos predominaram, excluindo e marginalizando pessoas negras e de outras etnias. Essa exclusão se manifestou de diversas formas, desde a criação de produtos que não se adaptavam a todos os tons de pele até a representação insuficiente de pessoas negras em campanhas publicitárias.

O papel dos influenciadores digitais

@iamirellaa

Bronzer da Mascavo em pele negra 🤎🤨 eu já sabia que como BRONZER ele não funcionaria na minha pele, mas com o video da #marisaad falando que em “fototipos mais escuros” traria uma cintilância resolvi testar com vocês. O que acharam? #mascavo #pelenegra #iamirella

♬ som original – Mirella Qualha

Influenciadores digitais possuem um poder significativo na moldagem de opiniões e comportamentos. No caso da Mascavo, Mari Saad, como uma figura de grande influência, contribuiu para amplificar o debate sobre a importância da diversidade na indústria da beleza. No entanto, a falta de atenção à questão da inclusão em seu próprio lançamento demonstra a necessidade de uma maior conscientização e responsabilidade por parte dos influenciadores.

A importância da diversidade:

Imagem de Freepik 

A diversidade na indústria da beleza não é apenas uma questão estética, mas sim um direito fundamental. Todos têm o direito de se sentir representados e de encontrar produtos que se adaptem às suas necessidades e características únicas. Além disso, a diversidade é um fator fundamental para o sucesso de uma marca, pois permite alcançar um público mais amplo e construir uma imagem mais positiva e inclusiva.

O que podemos aprender com o caso Mascavo:

  • A necessidade de uma indústria mais consciente: As marcas precisam ser mais conscientes da diversidade e das necessidades de seus consumidores.
  • O poder da voz dos consumidores: Os consumidores têm o poder de exigir mudanças e escolher marcas que alinhadas com seus valores.
  • A importância da educação: É fundamental educar sobre a importância da diversidade e da inclusão, tanto nas escolas como nas empresas.
  • O papel das plataformas digitais: As plataformas digitais têm um papel fundamental na moderação de conteúdos e na promoção de um ambiente mais seguro e inclusivo.

O futuro da indústria da beleza:

O futuro da indústria da beleza. Foto com dez mulheres, com diferentes tons de pele
Imagem de Tris McD

A indústria da beleza está passando por uma transformação significativa. A crescente conscientização sobre questões sociais e a pressão dos consumidores estão forçando as marcas a adotarem práticas mais éticas e inclusivas. A democratização da beleza, impulsionada pelas redes sociais e pelo aumento da diversidade de influenciadores, pode contribuir para um futuro mais inclusivo e representativo.

makeup brush on black container
Photo by Anderson Guerra on Pexels.com

O caso Mascavo serve como um alerta para a indústria da beleza. É preciso ir além de promessas e discursos vazios e implementar ações concretas para promover a diversidade e a inclusão. A construção de uma indústria da beleza mais justa e equitativa é um desafio que exige a colaboração de todos os envolvidos, desde as marcas até os consumidores.

Saiba mais sobre beleza e inclusão

Leia o livro de estreia do jornalista, maquiador e produtor de conteúdo Tássio Santos, O criador do canal Herdeira da Beleza, conhecido por iluminar questões raciais na indústria cosmética, reúne neste livro os questionamentos que tem levantado ao longo de dez anos de produção digital – e aproveita a obra impressa para eternizar muitas das respostas que compartilhou com seu público.

“Se é pela estética que somos feridos, é justamente através dela que podemos encontrar a cura.” 

Referências:

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