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Dia das Mães: A História por Trás da Homenagem Mais Afetiva do Ano

O Dia das Mães. Uma data marcada no calendário, colorida por flores, embalada por abraços e coroada por declarações de amor. Mas, para além do comércio e da tradição, o que reside no coração desta celebração tão difundida? Por que dedicamos um dia especial àquelas que nos deram a vida, nos nutriram e nos guiaram? A resposta ecoa em um significado profundo, enraizado na própria essência da maternidade: um laço de afeto incondicional e uma força simbólica que transcende culturas. Celebrar o Dia das Mães é reconhecer a potência do cuidado, a resiliência do amor e o impacto transformador da maternidade em nossas vidas e na sociedade como um todo.

A origem do Dia das Mães no mundo

  • Ísis era uma das divindades mais importantes do Egito Antigo, sendo considerada a mãe de todos os faraós. O culto a ela também influenciou a religiosidade de romanos e gregos.
  • Reia (em grego: Ῥέα, transl.: Rhéa), na mitologia grega, era uma titânide, filha de Urano e de Gaia.[1][2] Na mitologia romana é identificada como Cibele, a Magna Mater.

A ideia de honrar a figura materna não é uma invenção recente. Se retrocedermos no tempo, encontramos ecos dessa reverência em civilizações antigas. No Egito, Ísis, a deusa mãe, era cultuada como símbolo da fertilidade e da maternidade. Na Grécia Antiga, a celebração era dedicada a Reia, a “mãe de todos os deuses”, marcando a chegada da primavera e a fertilidade da terra. Festivais e rituais eram realizados em sua homenagem, demonstrando a importância da figura materna na mitologia e na vida cotidiana.

A transição para uma celebração mais formal e moderna começou a tomar forma nos Estados Unidos, no início do século XX. Anna Jarvis, uma ativista fervorosa, liderou uma campanha incansável para oficializar um dia em memória de sua própria mãe, Ann Reeves Jarvis, que havia dedicado sua vida a causas sociais e à pacificação. Em 1908, Anna organizou um memorial em sua homenagem e distribuiu cravos brancos, flores que se tornaram um símbolo do Dia das Mães. Em 1914, o presidente Woodrow Wilson oficializou o segundo domingo de maio como o Dia das Mães nos Estados Unidos.

  • Ann Maria Reeves é reconhecida como a mãe que inspirou o Dia das Mães e como fundadora dos movimentos do Dia das Mães, e sua filha, Anna Marie Jarvis
  •  Anna Jarvis criadora do Dia das Mães nos Estados Unidos

Entretanto, com o passar do tempo, Anna Jarvis se desiludiu com a crescente comercialização da data, que ela via desvirtuar o seu propósito original de homenagem sincera e pessoal. A venda massiva de flores, cartões e presentes a incomodava profundamente, levando-a a lutar contra a própria celebração que ajudara a criar.

Outros países ao redor do mundo adotaram a ideia do Dia das Mães, adaptando-a às suas próprias culturas e tradições. As datas e as formas de celebração podem variar, mas o cerne da homenagem – o reconhecimento do papel fundamental das mães – permanece o mesmo.

A chegada do Dia das Mães no Brasil

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No Brasil, as primeiras manifestações de homenagem às mães surgiram no início do século XX, impulsionadas principalmente por iniciativas de igrejas e grupos femininos. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou o segundo domingo de maio como o Dia das Mães, atendendo a uma demanda crescente da sociedade e alinhando o país a uma tendência internacional.

A influência do catolicismo e da cultura patriarcal da época moldou inicialmente a celebração, muitas vezes idealizando uma figura materna abnegada e centrada no lar. Com o tempo, e sob a influência de movimentos feministas e de uma compreensão mais ampla da diversidade familiar, essa visão começou a se expandir.

Assim como nos Estados Unidos, o Dia das Mães no Brasil também se tornou uma importante data para o comércio, com um aumento significativo nas vendas de presentes e serviços. Embora essa movimentação econômica seja inegável, é crucial resgatarmos o significado original da data: um momento de reconhecimento genuíno e afeto pelas figuras maternas em nossas vidas.

Celebrar TODAS as mães: o que isso significa hoje?

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Em 2025, a compreensão da maternidade floresceu em uma miríade de formas e experiências. Não existe um único molde de “mãe”. Existem mães solo que trilham jornadas duplas (ou triplas) com garra e resiliência. Existem mães lésbicas que constroem famílias amorosas e enfrentam preconceitos. Existem mães trans que reafirmam suas identidades e nutrem seus filhos com amor incondicional. Existem mães pretas e indígenas que resistem ao racismo estrutural e transmitem suas culturas ancestrais com orgulho. Existem mães periféricas que, apesar das dificuldades socioeconômicas, oferecem o melhor de si para seus filhos.

O conceito tradicional e muitas vezes romantizado de maternidade invisibiliza e apaga essas inúmeras existências. Ao celebrarmos apenas um ideal de mãe, reforçamos estereótipos e marginalizamos aqueles que fogem desse padrão. É fundamental questionarmos: quem estamos realmente homenageando no Dia das Mães? Estamos incluindo todas as mulheres e pessoas que exercem a função materna em suas diversas formas?

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Ampliar o conceito de “mãe” é um ato de reconhecimento e respeito. É enxergar a maternidade para além dos laços biológicos, compreendendo o poder do afeto, do cuidado e da dedicação. É celebrar aquelas que escolheram amar e nutrir, independentemente de suas identidades de gênero, orientações sexuais ou origens.

A força da maternidade reside na sua capacidade de gerar vida, cuidado e amor. Essa força se manifesta de maneiras infinitas, em cada história de superação, em cada gesto de carinho, em cada olhar protetor. Como disse a escritora Maya Angelou: “Para descrever mães, teria que ser um jardim. Um jardim onde a vida brota, onde as sementes são plantadas e nutridas, onde as flores desabrocham em cores vibrantes e perfumes inesquecíveis.” Essa metáfora acolhe a diversidade e a beleza de todas as formas de maternidade.

Como o Dia das Mães pode ser mais inclusivo e representativo?

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A construção de um Dia das Mães mais inclusivo e representativo é um esforço coletivo que começa na educação e na empatia. É essencial que as escolas e as redes sociais promovam discussões que ampliem a visão sobre a maternidade, apresentando diferentes modelos familiares e desconstruindo estereótipos.

Pequenas ações podem fazer uma grande diferença nas homenagens. Em vez de focar em presentes materiais, podemos priorizar momentos de conexão e reconhecimento genuíno. Podemos enviar mensagens carinhosas para todas as mulheres que exercem um papel materno em nossas vidas, sejam elas mães biológicas, tias, avós, madrinhas, amigas ou vizinhas. Podemos reconhecer publicamente a luta e a resiliência das mães solo, das mães LGBTQIA+, das mães pretas, com deficiência e periféricas.

Marcas, empresas e influenciadores têm um papel crucial nessa mudança. Ao invés de perpetuarem um ideal único de maternidade em suas campanhas, podem apresentar a diversidade de experiências maternas, promovendo a inclusão e a representatividade. A visibilidade de diferentes tipos de famílias e de histórias de maternidade contribui para a construção de uma sociedade mais justa e acolhedora.

Conclusão — Celebrar a maternidade é celebrar o amor em todas as suas formas

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O Dia das Mães, em sua essência mais pura, é uma celebração do amor. Um amor que nutre, que protege, que impulsiona e que transforma. Celebrar a maternidade em sua totalidade é reconhecer a beleza e a força desse amor em todas as suas manifestações. É honrar as histórias de resiliência, de luta e de afeto que permeiam a vida de cada mãe, em sua singularidade.

Neste Dia das Mães, que possamos ir além dos clichês e dos presentes padronizados. Que possamos abrir nossos corações para a pluralidade da maternidade, oferecendo respeito, reconhecimento e amor a todas as mulheres e pessoas que exercem esse papel fundamental em nossas vidas. Celebrar a maternidade é celebrar o amor em todas as suas formas, cores e origens. É um ato de inclusão, de empatia e de profunda humanidade.

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